sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Um apelo à Humanidade!...

O blog onegronobrasil1980.blogspot.com apresenta o trabalho realizado pela Escola Municipal Professor Milton Santos situada em Valéria-Salvador Bahia ao Brasil e ao Mundo. Esse texto representa a interação entre o trabalho realizado por Milton Santos e os alunos de população carente desta escola, desde o jardim de infância até o ensino fundamental, sendo assim uma provocação ao mundo acadêmico e científico. Uma louvável atitude desta escola! Isto é uma convocação às Nações Unidas, aos países, às Universidades aonde Milton Santos contribuiu com seu trabalho de professor, cientista e investigador onde deixou uma proposta política de valorização das pessoas e do ser humano. Proponho uma iniciativa de participação e solidariedade nesta escola única, que entende e compreende o pensamento de Milton Santos contra o pensamento hegemônico de autores exclusivos. CONTRIBUA e participe do resgate ao laboratório de geomorfologia e Estudos Regionais.

A Escola Municipal Professor Milton Santos, situada no Jardim Terra Nova, Villages Inema, Maré, ltaparica, s/n° - Valéria, Salvador, Bahia, mantém os cursos de Educação Infantil (Pré-Escolar) e Ensino Fundamental, sendo mantida pelo Poder Público Municipal e criada no ato n° 078/2002 - Diário Oficial do Município de 18/03/2002 e Alteração da denominação de Escola Municipal de Valeria para Escola Municipal Professor Milton Santos, conforme Portaria número 183/2003- Diário Oficial do Município de 17 a 22/04/2003.

O nome do patrono Professor Milton Santos, foi colocado para homenageá-lo, por se tratar de um estudioso geógrafo baiano de projeção internacional, autor consagrado de dezenas de livros, estudioso e critico do fenômeno da globalização, que exerceu com autonomia e grandeza o oficio intelectual.

"Jornalista, advogado, geógrafo, Milton Santos nasceu em Rio de Contas, em 1928. Baiano de projeção internacional, foi ganhador do Voutrin Lud, equivalente ao Nobel de Geografia. Doutor Honoris Causa da UFBA, revolucionou o ensino da Geografia a partir do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, montado na época do Reitor Edgar Santos, em 1959. Autor consagrado de dezenas de livros, estudioso e critico do fenômeno da globalização, exerceu com autonomia e grandeza o ofício Intelectual. Milton Santos morreu em 21 de junho de 2001, na cidade de São Paulo. "

A Escola Municipal Professor Milton Santos foi inaugurada no dia 28 de abril de 2003, passando a funcionar em dois turnos de trabalho – o matutino e o vespertino. Suas instalações contavam com: oito salas de aula, uma secretaria, um refeitório, uma cantina, uma biblioteca, um laboratório de informática, uma diretoria, uma sala de professores e quatro banheiros.

Já em sua inauguração foi constatado que a nossa Escola não atenderia a demanda do bairro de Valeria, o que começou a gerar movimentos constantes de busca por matriculas, apesar da lotação já estar esgotada. Apesar desse fato, notamos que alguns alunos matriculados Rio freqüentavam as aulas regularmente, motivados em sua maioria pelo retorno dos pais as cidades de origem ou, pela falta de recursos para se destocarem ate a escola devido a distância de suas moradias.

Na sua fundação, a escola teve como diretor nomeado pro-têmpore, O professor Leonildo Costa Caldas, pioneiro nos trabalhos realizados por esta escola, vindo a ser reafirmado na posição de diretor na primeira eleição para a escolha da equipe de gestão, realizada ainda no ano de 2003. O processo eletivo deu-se por meio do voto direto e contou com a participação do corpo docente, funcionários e pais de alunos, deixando de ter representante do corpo discente, em razão da pouca idade de nossos alunos. A chapa única liderada pelo professor Leonildo Costa Caldas não teve candidato a vice-direção por falta de professor habilitado (concursado e com mais de seis meses na unidade escolar), obteve o total de votos necessários para ser eleita, dando continuidade a gestão. A partir de fevereiro de 2004, passou a assumir a vice-direção turno vespertino a professora Marlene Maria Joazeiro de Souza nomeada pró-têmpore, por indicação do gestor da Unidade.

Atualmente a Unidade Escolar é dirigida pela Professora Ana Lúcia Caribé, que assumiu a direção da escola em janeiro de 2006, tendo como vice-diretoras as Professoras Niraildes e - do turno matutino, e Eliete Caribé - do turno vespertino. A escola atualmente conta também com algumas turmas do ProJovem, programa do Governo Federal que conta com auxílio do município de Salvador.

7 comentários:

  1. Quilombos e o direito à terra

    Bárbara Oliveira Souza
    A questão quilombola esteve presente, do ponto de vista legal, tanto no regime colonial como no imperial.No período republicano, a partir de 1889, o termo "quilombo" desaparece da base legal brasileira e reaparece na Constituição Federal (CF) de 1988 (artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) como categoria de acesso a direitos, numa perspectiva de sobrevivência, dando aos quilombos o caráter de "remanescentes". Transcorrem assim 100 anos entre a abolição e o reconhecimento dos direitos territoriais das comunidades quilombolas.

    A Constituição de 1988 opera uma inversão de valores em comparação com a legislação colonial, uma vez que a categoria legal por meio da qual se classificava quilombo como um crime passou a ser considerada como categoria de autodefinição, voltada para reparar danos e acessar direitos. A partir do artigo 68 da CF e das legislações correlatas [artigos 215 e 216 da CF; Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT); Decreto 4.887,de 2003; e Decreto 6.040,de 2007] a conceituação das comunidades quilombolas supera a identificação desses grupos sociais por meio de características morfológicas.Tais grupos, portanto, não podem ser identificados pela permanência no tempo de seus signos culturais ou por resquícios que venham a comprovar sua ligação com formas anteriores de existência.

    Argumentações teóricas que caminhem nesse sentido implicam numa tentativa de fixação e enrijecimento da caracterização desses grupos. Conceber as comunidades quilombolas a partir dessa perspectiva tem levantado ponderações sobre as manipulações que podem ser empreendidas pelos próprios sujeitos sociais pertencentes a essa identidade étnica.Isto é base, inclusive,para a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) impetrada pelo Partido Democratas (DEM) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Decreto 4.887, que regulamenta a titulação de terras de quilombos e se constitui na perspectiva da autodeclaração da comunidade.

    Os interesses contrários aos direitos quilombolas contestam, principalmente, o direito aos territórios das comunidades que, uma vez tituladas, se tornam inalienáveis e coletivas.As terras das comunidades quilombolas cumprem sua função social precípua, dado que sua organização se baseia no uso dos recursos territoriais para a manutenção social, cultural e física do grupo, fora da dimensão comercial. São territórios que contrariam interesses imobiliários, de instituições financeiras, grandes empresas, latifundiários e especuladores de terras. Os conflitos fundiários hoje existentes em comunidades quilombolas envolvem, na maior parte das vezes, esses atores.

    O novo marco jurídico da Constituição de 1988 é determinante também para o estabelecimento e a organização do movimento quilombola, em nível nacional, que, a partir da construção de sua identidade étnica, reivindica o seu direito à terra. São poucas as comunidades que alcançaram esse direito.Das 3.554 comunidades quilombolas identificadas pelo governo federal (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, 2006), pouco mais de 100 possuem o título, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

    As dificuldades existentes para efetivar a titulação das terras das comunidades quilombolas refletem a frágil capacidade administrativa da máquina estatal. Todavia, há disputas que superam as limitações administrativas e orçamentárias. São obstáculos explícitos ou não que ajudam a reter o reconhecimento de direitos étnicos pela propriedade definitiva das terras das comunidades quilombolas.Atualmente, a principal luta dos quilombolas se volta para a implementação de seus direitos territoriais. A noção de terra coletiva coloca em crise o modelo de sociedade baseado na propriedade privada como única forma de acesso à terra, instituído desde a Lei das Terras, de 1850. Os novos marcos jurídicos sinalizam para a necessidade de reestruturação, pelo Estado, da lógica agrária a partir do reconhecimento de seu caráter pluriétnico.

    _________________________________________________________
    Bárbara Oliveira Souza é pesquisadora associada especializada na
    questão quilombola da Universidade de Brasília (UNB)

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  2. LEIA A MEMÓRIA DE 2007:Colóquio Milton Santos no Noblat
    O texto abaixo foi retirado do blog do Ricardo Noblat, um dos mais bem sucedidos jornalistas do país, que mantém um blog sobre política no portal do jornal O Globo


    Permanência de Milton Santos

    Quando foi anunciada a morte do professor Milton Santos, em um hospital de São Paulo, na tarde de 26 de junho de 2001, eu estava na reitoria da Universidade Federal da Bahia, onde meses antes ele ministrara a aula inaugural mais empolgante que já vi. A fala fora interrompida inúmeras vezes pelos aplausos ardentes de estudantes e mestres que lotavam todas as dependências do auditório do prédio solene do bairro do Canela , invadido esta semana por agentes da Polícia Federal, para retirar alunos que o ocupavam há mais de 40 dias, por desentendimentos com o reitor.

    Foi tamanho o impacto causado pela notícia na Bahia e no País inteiro, dentro e fora dos muros da academia, que logo me veio à mente um velho ditado chinês, que diz mais ou menos assim: há mortes que pesam menos que uma pluma, mas há outras que pesam toneladas.

    O cidadão geógrafo, como gostava de ser chamado o baiano de Brotas de Macaúbas ganhador do Prêmio Vautrin Lud (espécie de Nobel da Geografia), enquadra-se seguramente no segundo caso. Milton Santos, no entanto, vai muito além. Ele faz parte de rara galeria de personalidades para as quais não existem balanças com capacidade de tonelagem suficiente para medir o peso completo de perdas como a dele. No Brasil atual, essa é uma verdade mais evidente a cada dia.

    Na próxima semana, dia 23, Salvador será a sede do "Colóquio Milton Santos", promovido em conjunto pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT) e o grupo Permaner Milton Santos da Faculdade de Comunicação da UFBA, onde seguramente o fenômeno se evidenciará de novo. Haverá, é certo, um toque de saudade no campus, como é de praxe em território de tanta influência ibérica. Mas, seguramente, o que prevalecerá nas exposições e debates é o notável sentido de atualidade e permanência de tudo que Milton Santos falou, ensinou e defendeu do começo ao fim de uma existência invulgar.

    Professores e pesquisadores como Samira Peduti, da Unesp; Marcio Antonio Cataia, da Unicamp; Maria Auxiliadora da Silva e Clímaco Dias (IGEO-UFBA) , estão entre os principais expositores e debatedores do pensamento de Milton Santos nesse Colóquio na terra do geógrafo, que tem dívidas impagáveis com a sua memória. Assim como a UFBA, a universidade onde ele estudou, ensinou e ajudou a projetar, mas de onde foi arrancado da cátedra para a cadeia em tempos temerários e forçado a buscar asilo fora do país para continuar ensinando e para manter a família com a dignidade de que jamais abriu mão.

    MS, como registra a professora Maria Adélia da Souza, foi um exilado político, mas, ao contrário de muitos, nunca tirou proveito disso: “jamais se comportou como vitrine do regime militar”. Comeu o pão que o diabo amassou para se estabelecer e principalmente para reingressar na vida e nas universidades brasileiras. De volta do exílio, detentor do maior prêmio mundial da geografia, “Milton se instala não como herói que volta carregado nos braços do povo. Difícil, cautelosa e profundamente vai se impondo como um dos principais pensadores e intelectuais brasileiros”, resume Maria Adélia.

    Apesar da profundidade e da complexidade do seu pensamento, MS tinha extraordinária capacidade de comunicação e de amplificar o alcance e a absorção de suas idéias e propostas para um público inimaginável, muito além dos jardins da academia. Quem não recorda da espantosa repercussão da entrevista ao programa Roda Viva, em 1998, três anos antes da sua morte?

    Naquela noite, registram jornais e acadêmicos seguidores de MS, todas as linhas telefônicas da emissora, em São Paulo, ficaram congestionadas, com ligações feitas de todas as partes do País. Eram pessoas emocionadas, que queriam fazer perguntas ou simplesmente agradecer pelo programa que acabavam de assistir. É isso o que também se projeta, por exemplo, no público que assiste ao documentário cinematográfico de Silvio Tendler, produzido a partir da última entrevista do professor ao cineasta.

    O Colóquio do dia 23, na capital baiana, tem como um dos principais responsáveis o professor de Comunicação da UFBA e amigo pessoal, Fernando Conceição, a quem Milton Santos autorizou escrever a sua biografia antes de morrer. Os depoimentos serão elementos preciosos para o trabalho e os debates irão girar em torno de três temas fundamentais na obra e na vida do mestre brasileiro: educação, comunicação e globalização.

    Em cada um deles, MS fincou marcas decisivas de quem não se cansava de proclamar que o intelectual existe para causar desconforto, é esse o seu papel, e ele tem que ser bastante forte sozinho para exerce-lo. Pouco antes de partir, ele afirmou: “Não há nenhum país mais necessitado de verdadeiros intelectuais, no sentido que dei a essa palavra, do que o Brasil”.

    Seis anos depois do seu desaparecimento, a sentença de Milton Santos ainda queima como brasa acesa.

    Vitor Hugo Soares é jornalista. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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  3. BRANCO CUIDADO: DEUS PODE SER NEGRO

    Deus me dê sabedoria
    Rima, fé, inspiração
    Pra poder dar um recado
    Protestar e dizer não,
    No campo e na cidade
    Macula a humanidade:
    A famosa escravidão.

    Há outra coisa gravíssima
    Entre cristãos e ateus:
    Em busca da "raça" pura
    Arianos eram os seus
    Veio Hitler com nazismo
    Criando um novo racismo
    Agora contra os judeus!

    De modo, que se o mundo
    Hoje amar a verdade
    Acha tal mancha histórica
    Danosa a sociedade
    Pérfida, soez e tamanha,
    Que talvez seja a vergonha
    Pior da humanidade.

    Porém, quero me ater
    No tema do negrófilo
    Que por conta do racismo
    Nunca ele viveu tranqüilo,
    Mas, humilhado, agredido,
    Renegado e excluído,
    O negro é sem sigilo!

    Assim sendo, para o fato
    Dos negros, eu lhe remeto
    Eles têm sofrido muito
    Numa nação cheia de gueto
    O branco lhe detratou
    Mas, nunca se perguntou
    Se Deus Pai do céu é preto?

    Negro foi mercadoria
    Perseguido e maltratado
    Até mesmo a Igreja,
    Já ousou ter afirmado
    Sem sobrosso e com calma
    "O negro não tem nem alma"
    E pode ser explorado!

    Por isso, quem era branco
    Tratou de escravizar
    Disse: negro não é gente
    Então vamos lhe explorar
    E assim a escravidão
    Teve início então,
    Mas, demorou terminar.

    O Brasil por uns três séculos
    Espoliou essa gente
    E mesmo, após libertada
    Inda sofre atualmente
    As marcas do preconceito
    Dum país muito mal feito
    E uma história indecente.

    Eles foram explorados
    Até por religião
    Quem devia justamente
    Lutar por libertação
    De quem vivia no chicote
    Apanhando de magote
    Sem nenhuma precisão.

    Se Deus fosse negro e assim
    Agisse como um feroz
    O branco por certo iria
    Ser tratado como algoz
    E Deus inda ia falar
    Você veio pra pagar
    O mal feito a todos nós!

    Deus sendo, negro e fosse,
    Castigador, vingativo
    Iria cobrar dos brancos
    Pelo seu mal destrutivo
    Contra etnia e cor
    Levando branco ao sabor
    Do que é ser um cativo.

    É bom o branco pensar
    E deixar qualquer racismo
    Preconceito não constrói
    É contra o altruísmo
    E latente à exclusão,
    Embora digam que não
    Extrapolando o cinismo.

    Se Deus for negro irá
    Tratar todos com amor
    Até o branco cruel
    Terrível e opressor
    Pra lhe dá uma lição
    De que nem à escravidão
    Lhe tornou um vingador.

    Aviso ao patrão branco
    Não insista em explorar
    E ao empregado negro
    Comece logo a pagar
    O salário do brancão
    Negro com igual função
    Igualzinho tem de ganhar.

    Sugiro ao político branco
    Pensar mais e com firmeza
    Na classe negra oprimida
    Mergulhada na tristeza
    Pois, nesse solo altaneiro
    Nosso negro brasileiro
    Sofre mais com a pobreza.

    Embora o racismo seja
    Um crime nesta nação
    Não há se quer um só preso
    Sendo que a transgressão
    Acontece toda hora
    Se preso, logo cai fora
    Pagando a libertação.

    Desembargador, juiz
    É bom à lei praticar
    Deixem de hipocrisia
    E tratem de trabalhar
    Para punir quem transgride
    E quem no crime incide,
    Pague de forma exemplar.

    Veio cota em faculdade
    Precisava muito disso
    Pois, o governo não tinha
    Com o negro compromisso
    E a cota tem por razão
    Promover a inclusão
    Porém, não basta só isso.

    Tem de lhe dá condição
    E toda infraestrutura
    Cursinhos pra prepará-los,
    De graça, e à sua altura
    O negro de ginga é nato
    E recebendo esse trato,
    Aumentará sua cultura.

    Se Deus fosse algum víndice
    No tempo da escravidão
    Teria agido na hora
    Contra a vil exploração:
    Ao negro salvaria
    E o branco aprenderia
    Com uma única lição.

    Sem descanso no trabalho
    Por um feitor, vigiados
    Quando estavam doentes
    Trabalhar eram obrigados
    Mandados pelos colonos
    Feitos na marra seus donos
    Além disso, maltratadas.

    Em relação, aos brancos
    O negro pouco pecou
    Se num momento de "briga"
    Um negro um branco matou
    Foi para se defender
    Quem fez, se, se arrepender,
    Deus Pai já o perdoou.

    O Brasil carregará
    Na sua história, à sina
    De racista, escravocrata
    Exploradora, assassina
    E foi a última nação
    A dá a libertação
    Em toda América Latina.

    O Apartheid na África
    É outro grave pecado
    O negro em sua pátria
    Torpemente segregado
    E quanto mais se investiga
    Não se encontra um que diga
    Que por isso é o culpado.

    Por isso, branco respeite
    Toda nossa negritude
    Que tem direito a lazer
    Emprego, paz e saúde,
    Entretanto, o ocorrido
    É negro ser agredido
    De forma torpe e rude!

    Se Deus é negro ou branco
    Sua lei não é imposta
    Só sei que de humilhação
    Ele é bom e não gosta
    E há de vir socorrer
    Ao ver um negro sofrer
    Nisso até faço uma aposta!

    Deus criou o ser humano
    Para completa igualdade
    De modo, que todos têm,
    A mesma dignidade
    E quem a isso ferir
    Há de pagar e sentir
    Por tamanha crueldade.

    Jesus Cristo ao certo tinha
    Seu corpo do sol queimado
    Tratou todos igualmente
    A ninguém deixou de lado
    Então peço a toda gente
    Pra Ele daqui pra frente
    Ser por nós mais imitado!

    O negro é uma criatura
    Digna, sábia, preparada
    Igual a qualquer humano
    Sendo a imagem criada
    Do nosso Deus, semelhante,
    Branco não seja arrogante
    Pois, cor não quer dizer nada.

    Deus não gosta de racismo,
    Porque foge da razão
    E faz o negro sofrer
    Vítima de tanta agressão
    Branco, por Deus compreenda,
    E rapidamente aprenda:
    Já chega de divisão!

    Raça só existe uma
    Somos nós, seres humanos
    Índio, negro é etnia
    Vamos deixar os enganos
    Para haver fraternidade
    Os negros da humanidade
    Esperam isso há anos!

    A cor de Deus não importa
    Ele jamais vai mudar
    Deus Pai nunca deu direito
    Para ninguém explorar
    Qualquer outro cidadão
    Porque ele é seu irmão
    E Deus só mandou lhe amar.

    Varneci Santos do Nascimento

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  4. O Mania de História congratula-se e parabeniza a todos aqueles e aquelas que fazem este blog em reconhecimento a um dos maiores intelectuais que o Brasil já produziu. E propomos, uma troca de consultas e pesquisas, adicionando nossos endereços em nossos respectivos blogs.
    Aguardo retorno de confirmação ou não!!!

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  5. Segundo o pai do liberalismo, há um egoísmo latente em todo o ser humano. Egoísmo este, notado na necessidade inerente da troca de produtos e busca por melhores condições de vida. Claro que soa como qualidade, como combustível para o progresso. E como efeito, as relações sociais tenderiam a se equilibrar como resultado do conflito de egoísmos, que naturalmente acabariam por colaborar com o desenvolvimento da sociedade.
    Porém, à época de Smith não existiam monopólios que não fossem as grandes administrações públicas. O que se entendia por disputa saudável por crescimento nem de longe se compara às regras do atual jogo econômico. Estes monopólios são a prova de que não existem formas de se controlar este egoísmo. Esta estrutura de captação de produção excedente congela a possibilidade real de crescimento. O egoísmo os leva a criar sistemas de proteção entre uns poucos conglomerados dominantes, não permitindo que as mesmas oportunidades se estendam até os representantes do setor primário, por exemplo.
    A perversidade mora na máxima liberal de que todos possuem oportunidades iguais, e que o valor-trabalho é o que determina o sucesso, mediante a quantidade e qualidade de seu esforço. Os exemplos dos bem sucedidos explorados pela indústria cultural se aproveitam de nossa herança iconocrata para vender o modelo a ser seguido. Porém, como as barreiras para alcançar o mesmo degrau são ocultas, cada vez mais seus seguidores lançam-se a uma luta sem tréguas e com fim incerto, em procura da vitória econômica.
    Com o tempo, a razão tenta mostrar quão intangíveis são as metas pessoais e egoístas criadas pelo senso comum. Mas não damos ouvido à razão. Somos educados a não refletir e nem contestar os meandros do processo de incremento comercial, político e legal. E pela emoção, levamos esta disputa de egos aos níveis mais simples e básicos do comportamento social. Sem acesso a novos cargos e novos salários, a fome de vitória individual implantada pelo comportamento liberal nos faz disputar coisas banais, como uma mesa melhor posicionada, prioridade na hora de almoço, uma atenção maior do chefe, a concentração de tarefas, enfim, nos apegamos às maiores trivialidades para sentir o gosto do sucesso.
    Daí nasceu um padrão de comportamento que por hora o chamarei de "Ouvido Corporativista". Trata-se de algo relacionado ao funcionário atento, exemplar, que conquista seu cargo, seu espaço e sua segurança e passa a proteger seu reduto, criando um sistema de pesos e medidas entre seus subordinados, fazendo valer sua chefia à partir da consideração e obediência que lhe concedem. Cria-se um sistema onde, de tempos em tempos (às vezes de hora em hora) exerce-se a relação chefe-subalterno por ameaças veladas de retaliação contra um suposto ataque às suas estruturas profissionais.
    A cargo de uma rede de informantes cria-se o tal "ouvido". Conversas de corredor, desabafos, críticas construtivas, como quer que se chame a voz do direito de expressão profissional, não estará protegida da covardia dos que tratam a informação alheia a peso de ouro nas balanças morais da justiça cega. Quer forma mais elegante para se explicar a fofoca?
    Verbalizar reflexões em um mundo corporativista como o nosso pode ser perigoso. E quando este corporativismo está a cargo do egoísmo liberal... cale a boca! E salve-se para sempre!

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  6. A Escola Municipal Miltom Santos agradece pela divulgação e interação desta comunidade escolar de Educação Infantil ao Ensino Fundamental, ao Blog onegronobrasil1980. blogspot.com
    Solicitamos das Nações Unidas (ONU),OEA,Banco Mundial, Banco Interamericano, BNDS,Ministério da Educação , USP e a editora USP- sÃO Paulo agregar possibilidade de edificação de uma escola modelo em nível mundial de preparação de alunos dentro do conceito legado pela vida e obra de Milton Santos.
    Essa Escola precisa dessa parceria de gestão mundial pública e privada.Também solicito apoio do biógrafo profºFernando Conceição da Universidade Federal da Bahia e própria Universidade...
    Estamos situados entre favelas, no bairro de Valéria, na rua Jardim Terra Nova-36117905-(071)CEP.41.305.410
    esc-pmiltonsantos@salvador.ba.gov

    Desde já, agradecemos a parceria em nome de Milton Santos.No livro Pobresa Urbana ele diz:
    "A palavra marginal foi criada pelos escritores conservadores latino americanos para manter na prática de governo a escravidão"...

    Sendo a população de 82% de negros na Bahia, não estão inclusos na gestão pública e privada.
    Este é um apelo a comunidade...!

    Vice- diretora profª Oracy Suzarte, formada em pedagogia pela UNEB, onde através das aulas do profº Ilário conheci a obra de Milton Santos ( cientista)

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  7. Jorge Luiz Lucas de Paiva, consultor, formado pela AEUDF e com Especialização pela UNB. Caros colegas, professora Oracy e Professor Ilário. Alcançar a proeza de propor, enquanto conteúdo em sala de aula e assumir, como Vice-Diretora a vida e obra de Milton como uma possibilidade de uma Escola modelo para o mundo é muita coragem e visão de futuro. Milton é assim mesmo!!! Faz agente ter coragem sem resmungar... Confio no talento dessa comunidade escolar, irradiando a proposta para o Brasil inteiro.

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